A noite africana
Certamente pode se
crer que o adormecer do Manuel não tenha sido um simples adormecer mas também
mostra-se verdades e escondidinhas das escurezas do calar do dia. A verdade é
que cada um tem a sua noite e um adormecer e com muita simplicidade de que o
Manuel não poderia voltar mas a ver o sol que vira nos seus tempos de batuque e
a maçaroca, onde tudo se tornava belo pelo grito e cantar dos animais tropicais
da minha terra, que o seu cantar alegrava cada um de nós na nossa comunidade.
Passam dias da nossa
felicidade em simultâneo tristeza que assolou os nossos corações por saber que
o regressar do Manu não se pode ter esperança mas sim a herança de tudo que foi
o seu esforço durantes os tempos que África estava rodeada de pessoas vindouras
e de tal modo a página não tinha sido aberta para originar uma era a dita new
deal, são coisas que machucam o meu coração mas insistimos fazer isso porque só
desta maneira eu poderei me acalmar pelo sofrimento que pesa porem vejo que as
trochas que estão por cima de mim são tão pesadíssimas embora o percurso for
longo, de forma incansável farei a
réplica do meu pensar.
Embora esta trocha me
pese demais não deixo de manter o espirito de um bom sucessor dos ideias do
mano, lagrimas e lagrimas, são tantas que quando vejo a mama ao lado daquela
mangueira antiga que nos seus contos dizia que os nossos antepassados meditavam
nela para invocar os espíritos, e a mama no estilo africano, continuavam nos
seus popa popa popa.
São tantas coisas que
a minha cabeça carrega, o que me preocupava era de ver a mama daquele jeito,
pelo rosto dela já não me lembro dela me parece uma nova cara mas mesmo com
aqueles obstáculos continuava a mesma por dentro sempre forte desde o princípio
até então que ela está a viver estes momentos de pesadelo, onde a mesma África
não suporta. Agora é hora de dizer chega com este enchente que a comunidade da
minha aldeia faz sentir quando chegam nestes momentos de uma mão lava a outra,
senti muita vergonha quando vi aquilo a acontecer na minha frente onde mano
Joao disse as pessoas com a nossa língua materna ´´camalany –acalmem-se´´
africanizando a comunidade mano Joao com certeza foi muito sincero com palavras
sabias tudo ficou bem organizado, enquanto do outro lado as coisas estavam a
ficar mais fortes e bastante.
Valdimiro
Santos Pinto
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